Cólofon

Coordenadas: 37° 59' 29" N 27° 11' 50" E

 Nota: Para o termo tipográfico, veja Cólofon (tipografia).
Cólofon localiza-se no centro do mapa, à direita

Cólofon (em grego: Κολοφών, Kolophón) ou Colofão foi uma antiga cidade grega na região da Lídia, na Ásia Menor (na atual Turquia). Floresceu por volta da virada do primeiro milênio a.C., e provavelmente era a mais antiga das doze cidades que compunham a Liga Jônia, localizada entre Lêbedo (120 estádios a oeste) e Éfeso (ao sul).

O nome da cidade vem da palavra grega κολοφών, 'cume', que também deu origem ao termo bibliográfico colofão. Já o termo colofônia vem do latim colophonia resina, isto é, resina que era extraída dos pinheiros de Cólofon, muito valiosos para a utilização nas cordas de instrumentos musicais na época.

As ruínas da cidade se localizam no Castro de Ghiaour-Keui, uma pequena vila em Esmirna, Menderes, na região conhecida antigamente como Jônia.

Mitologia

A região era ocupada pelos cários, mas cretenses, liderados por Rácio, chegaram com grande força, e ocuparam a costa, mas a maior parte da região continuou sob o controle dos cários.[1]

A próxima leva de colonos gregos veio a comando do oráculo de Delfos,[2] e trazia os prisioneiros de Tebas após sua tomada por Tersandro, filho de Polínice, dentre os quais Manto, filha de Tirésias.[1][Nota 1] Os cretenses capturaram estes colonos e os levaram a Rácio, mas ele, descobrindo quem eles eram através de Manto, tomou-a por esposa.[2] Mopso, filho de Rácio e Manto, expulsou os cários da região.[2] Mopso participou da Guerra de Troia, na campo aqueu, com vinte navios de Cólofon.[3]

O reino foi tomado pelos líderes dos jônios, Damasichthon e Promethus, filhos de Codro, mas Promethus matou Damasichthon e fugiu para Naxos.[4]


História

Em seu território encontrava-se o oráculo de Apolo a Claros. Passou à esfera de influência do Reino da Lídia e logo depois ao Império Aquemênida. A cidade foi destruída, junto com sua vizinha Lebedon, após a morte de Alexandre pelo diádoco Lisímaco, que transportou seus habitantes para Éfeso.[5]

Segundo alguns autores, Cólofon foi onde nasceu o poeta Homero.[6] A cidade era igualmente célebre pelo luxo e modos efeminados de seus habitantes. Seu nome fazia parte de uma expressão em grego antigo Κολοφῶνα ἐπιτίθεναι / Kolophôna epitithenai (« ajouter un Colophonien »). Segundo Estrabão, isto se explicava pela poder de sua cavalaria, suficiente para levar à vitória qualquer exército que dela se servisse. Os comentaristas de Platão explicam que os colofenses possuíam um duplo direito de voto na assembléia das cidades jônicas, por ter convencido Esmirna a se juntar à assembléia.

Pelo fato dos colofenses terem decidido certa vez o resultado de uma votação incerta, o nome da cidade tomou a acepção de "conclusão, coroar uma coisa".

Notas e referências

Notas

  1. Diodoro Sículo também menciona uma filha de Tirésias levada como prisioneira do saque de Tebas, mas seu nome é Dafne

Referências

  1. a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 7.3.1
  2. a b c Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 7.3.2
  3. Díctis de Creta, Ephemeridos belli Troiani, Livro I, 17
  4. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 7.3.3
  5. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 1.9.7
  6. Aulo Gélio, Noctes Atticae, Livro III, 11.6
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