Campinarana

Vista lateral de uma área com vegetação alagada, possivelmente campinarana, em Manaus, AM.

Campinarana é um termo regionalista para um tipo de vegetação da região amazônica, com fisionomias variadas, de campestres a florestadas. Diferencia-se da Floresta Amazônica propriamente dita pela flora distinta e pelo porte menor das árvores e caules mais finos.

Seu solo é arenoso e bastante lixiviado, dos tipos Espodossolos e Neossolos Quartzarênicos.

Ocorrência

Oceano
Atlântico
Floresta Amazônica
Cerrado
Mata dos cocais
Caatinga
Pantanal
Mata
Atlântica
Mata de Araucárias
Pampas
Floresta ombrófila densa
Floresta ombrófila aberta
Floresta ombrófila mista
Floresta estacional semidecidual
Floresta estacional decidual
Campinarana
Savana
Savana-estépica
Estepe
Áreas de formações pioneiras
Área de tensão ecológica
Refúgios Vegetacionais
Oceano
Atlântico
Distribuição dos tipos de vegetação original do Brasil, distribuídos entre as regiões biogeográficas (IBGE, 2004).[nota].

Ocorre, por exemplo, no Alto Rio Negro (região da Cabeça do Cachorro, em São Gabriel da Cachoeira, AM) e no Médio Rio Branco (Roraima),

Terminologia

Inicialmente, Spruce (1908) usou o termo "caatinga" (ou florestas baixas, florestas brancas, monte bajo) para um tipo de vegetação do alto rio Negro, além do termo "caatinga-gapó" para um outro tipo, em áreas inundadas.[1]

O termo atualmente em uso, campinarana, por sua vez, foi empregado por Adolpho Ducke (1938, 1954),[2][3] Sampaio (1940, 1944),[4][5] Egler (1960),[6] Projeto Radambrasil (1973-1987)[7] e IBGE (2012).[8]

Dücke e Black (1954) usaram o termo "campina" para as clareiras de gramíneas na Amazônia, com flora similar às "caatingas" amazônicas. Distinguiram também os "campos" (com flora do Cerrado) e as "campinaranas" (definidas como transição entre as florestas amazônicas e os campos e campinas).[3]

O IBGE (2012) propõs uma reformulação, reunindo os termos "Caatinga da Amazônia", "Caatinga-Gapó" e "Campina da Amazônia" sob a categoria "Campinarana" num sentido amplo; os dois primeiros termos são usados, prioritariamente, para designar os tipos de campinarana mais adensados e/ou arborizados; o segundo, em áreas inundadas na maior parte do ano; e o terceiro, para os mais abertos ou campestres.[8]

Tipos

Formações de Campinarana (lato sensu), de acordo com o IBGE (2012):[8]

  • 1. Campinarana Florestada
    • Caatinga da Amazônia
    • Ressaca
    • Caatinga-Gapó (florestada)
  • 2. Campinarana Arborizada
    • Campinarana (stricto sensu)
    • Caatinga-Gapó (arborizada)
  • 3. Campinarana Arbustiva
    • Campina da Amazônia (arbustiva)
    • Caatinga-Gapó (arbustiva), ou Varetal
  • 4. Campinarana Gramíneo-Lenhosa
    • Campina da Amazônia (gramíneo-lenhosa)

Referências

  1. SPRUCE, Richard. Notes of a botanist on the Amazon & Andes. London: Macmillan and co., 1908. link. [Cf. v. 1, p 211; v. 2, 354-356]
  2. DUCKE, A. A flora do Curicuriari, afluente do rio Negro, observada em viagens com a Comissão Demarcadora das Fronteiras do Setor Oeste. In: Anais da 1a. Reunião Sul-Americana de Botênica, 1938, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Jardim Botânico, 1938. v. 3, p. 389-398.
  3. a b Dücke, A.; Black, O. A. (1954). Notas sobre a fitogeografia da Amazônia Brasileira. Bol. Técn. IAN, Belém, 29: 1-62. [1].
  4. SAMPAIO, A. J. Fitogeografia. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro: IBGE, ano 2, n. 1, p. 59-78, jan. 1940, [2].
  5. SAMPAIO, A. J. A flora amazônica. In: Amazônia brasileira: excerptos da Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro, IBGE, 1944. p. 92-102.
  6. EGLER, W. A. Contribuições ao conhecimento dos campos da Amazônia. I. Os campos do Ariramba. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Nova Série Botânica, Belém, n. 4, p. 1-36, jun. 1960, [3].
  7. BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Departamento Nacional de Produção Mineral (1973-1987). Projeto Radambrasil. Levantamento de recursos naturais. 34 vols. Rio de Janeiro.
  8. a b c IBGE (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: [4].

Bibliografia

  • Guimarães, F. S., & Bueno, G. T. (2016). As campinas e campinaranas amazônicas/The amazonian campinas and campinaranas. Caderno de Geografia, 26(45): 113-133, [5].
  • Mendonça, B.A.F. (2011). Campinaranas amazônicas: pedogênese e relações solo-vegetação. Tese, Universidade Federal de Viçosa. [6].
  • Takeuchi, M. (1960). A estrutura da vegetação na Amazônia. III - A mata de campina na região do Rio Negro. Bol. Mus. Paraense E. Goeldi, Bot., 8: 1-13.

Ligações externas

  • «Campinarana Florestada.» 
  • «Regiões Fitoecológicas - Campinarana.» 
  • v
  • d
  • e
Biogeografia do Brasil
Regiões
(IBGE, 2004)
Vegetação
(IBGE, 2012)
Vegetação
(Ferri, 1980;
Rizzini, 1997)
Ver também
Portal Brasil Brasil
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