Morgan Tsvangirai

Morgan Tsvangirai
Morgan Tsvangirai
Morgan Tsvangirai, Oslo 2009.
2.º Primeiro-ministro do Zimbábue
Período 11 de fevereiro de 2009
até 11 de setembro de 2013
Vices-primeiro-ministros

Presidente
Arthur Mutambara
Thokozani Khuphe
Robert Mugabe
Antecessor(a) Robert Mugabe (em 1987)
Sucessor(a) Nenhum (Cargo extinto)
Presidente do MDC
Período 5 de setembro de 1991
a 14 de fevereiro de 2018
Secretário-geral do ZCTU
Período 10 de maio de 1987
a 5 de setembro de 1991
Antecessor(a) Sem dados
Sucessor(a) Wellington Chibebe
Diretor-executivo da Assembléia Constituinte Nacional
Período 6 de setembro de 1997
a 7 de setembro de 1999
Antecessor(a) Sem dados
Sucessor(a) Lovemore Madhuku
Dados pessoais
Nascimento 10 de março de 1952
Gutu, Zimbábue
Morte 14 de fevereiro de 2018 (65 anos)
Primeira-dama Susan Tsvangirai
Partido MDC
Religião Cristão
Profissão Sindicalista
Assinatura Assinatura de Morgan Tsvangirai

Morgan Richard Tsvangirai (AFI[ts͡ɸaŋgiˈra.i]); (Gutu, 10 de março de 1952 - 14 de fevereiro de 2018) foi um sindicalista, ativista de direitos humanos e político do Zimbábue, antigo primeiro-ministro do país,[1] depois do acordo de divisão de poder que foi estabelecido com o então presidente Robert Mugabe depois das eleições presidenciais, em setembro de 2008. Foi presidente do Movimento para a Mudança Democrática (MDC),[2] principal partido de oposição do país.

Candidato do MCD nas controversas eleições presidenciais de 2002, quando foi derrotado por Mugabe, Tsvangirai contestou o primeiro turno das eleições presidenciais de 2008, como candidato do MDC-T, na qual obteve 47,8% dos votos, de acordo com os resultados oficiais - o que o colocou à frente de Mugabe, que obteve 43,2% - com a alegação de que teria conquistado uma maioria mais significativa, que possibilitaria sua vitória já no primeiro turno, e que os resultados teriam sido alterados no mês que se passou entre as eleições e a divulgação dos resultados oficiais.[3] Tsvangirai planejou inicialmente disputar o segundo turno contra Mugabe, porém removeu sua candidatura pouco tempo antes da realização das eleições, sob o argumento de que elas não seriam livres e justas, devido à prática difundida de violência e intimidação por parte dos partidários do governo.

Casado e pai de seis filhos, ele já foi alvo de quatro atentados. Morreu em 14 de fevereiro de 2018, vítima de câncer.[4]

Biografia

Tsavangirai nasceu em 10 de março de 1952 em Gutu, ao sul de Harare. Filho mais velho de uma família de nove irmãos, todos pertencentes à etnia maioritária shona, teve de abandonar os estudos ainda jovem para ajudar os parentes. Começou a trabalhar como operário em uma empresa têxtil aos 20 anos. Mais tarde, tornou-se funcionário em uma mina de níquel, onde se transformou em líder da União de Trabalhadores Associados da mina e membro da executiva da União Nacional de Trabalhadores Mineiros. Em 1988, ele foi eleito secretário-geral da Confederação de Sindicatos do Zimbábue (ZCTU), cargo que desempenhou até 2000. Sob sua gestão, o ZCTU reduziu sua dependência em relação à União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), partido de Mugabe, do qual foi membro e diretor. Suas desavenças com o regime o levaram à prisão em 1989, sob acusação de ser espião do regime segregacionista da África do Sul. Em 1992, seria detido novamente por protestar contra as reformas que reduziam a influência dos sindicatos. Em 1997, Tsavangirai convocou a primeira greve geral da história do Zimbabwe, que teve adesão de 55%. Em 1999, ele fundou o Movimento para a Mudança Democrática (MDC). Em eleições legislativas realizadas em junho de 2000, o MDC obteve 57 cadeiras (contra 62 do Zanu-PF) e se tornou o principal partido de oposição no Zimbabwe.[5]

Em 2001, ele foi novamente detido por agentes do regime Mugabe, acusado de participar de um complô para assassiná-lo. Em março de 2002, Tsavangirai concorreu pela primeira vez ao cargo de presidente do Zimbabwe. Mesmo com votação considerada fraudulenta pela comunidade internacional, ele obteve 41,9% dos votos, contra 56,2% de Mugabe. Em 3 de fevereiro de 2003, foi processado pelo suposto complô contra Mugabe. Em 6 de junho daquele ano, foi mais uma vez detido e novamente acusado de alta traição, por convocar protestos e greves contra o regime de Mugabe. Em outubro de 2004, foi absolvido dessas acusações. Em 31 de março de 2005, o MDC disputou as eleições legislativas. O pleito, vencido pelo partido de Mugabe, foi denunciado como fraudulento por Tsvangirai. Em 11 de março de 2007, Tsvangirai voltou a ser detido, após ele participar de um ato religioso na capital Harare, convocado por grupos da oposição. A manifestação foi convocada quando vigorava uma proibição oficial de comícios políticos. Foram detidos mais de cem e dirigentes da oposição. Dois dias depois, o líder do MDC compareceu ao um tribunal, com visíveis sinais de espancamento - metade de sua cabeça estava raspada, devido ao curativo que teve que fazer sobre o corte profundo sofrido em decorrência dos golpes recebidos, além de mancar. Ainda naquele mês, foi detido novamente, pouco antes de conceder uma entrevista coletiva para falar sobre a violência política no país.[5]

Referências

  1. Robertson, Denise (11 de fevereiro de 2009). «Tsvangirai Sworn In as Zimbabwe's Prime Minister». Voice of America. Consultado em 11 de fevereiro de 2009 
  2. BBC News. «Constitutional deal in Zimbabwe» [ligação inativa]
  3. Zimbabwe opposition challenges election results - USA Today.com
  4. «Líder da oposição no Zimbábue morre na África do Sul». G1. 14 de fevereiro de 2018 
  5. a b Saiba mais sobre o principal opositor de Mugabe nas eleições no Zimbábue - Folha Online, 28 de março de 2008

Ligações externas

  • MDC - web site
  • v
  • d
  • e
 Rodésia do Sul
(1923–1965, o nome legal internacionalmente aceito até 1980)
  • Charles Coghlan
  • Howard Unwin Moffat
  • George Mitchell
  • Godfrey Huggins
  • Garfield Todd
  • Edgar Whitehead
  • Winston Field
  • Ian Smith
 Federação da Rodésia e Niassalândia
(1953–1963, da qual a Rodésia do Sul fazia parte)
  • Godfrey Huggins
  • Roy Welensky
 Rodésia
(1965–1979, como Estado não reconhecido)
 Zimbabwe-Rodésia
(1979, como Estado não reconhecido)
 Zimbabwe
(desde 1980, como Estado reconhecido)
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