Ruínas romanas das Carvalheiras

Ruínas romanas das Carvalheiras
Apresentação
Tipo
Periódo
Estatuto patrimonial
Localização
Localização
Braga (Maximinos, Sé e Cividade)
Q45 e Q1747689
Coordenadas
41° 32′ 54″ N, 8° 25′ 50″ OVisualizar e editar dados no Wikidata
Mapa

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As Ruínas romanas das Carvalheiras, também referidas como Insula de Bracara Augusta, localizam-se na freguesia da Braga (Maximinos, Sé e Cividade), cidade e município de Braga, distrito do mesmo nome, em Portugal.[1]

Encontram-se classificadas como Imóvel de Interesse Público desde 1990.[1]

História

Integra os vestígios remanescentes de um bairro residencial da antiga "Bracara Augusta". Acredita-se que tenha sido erguido no século I, tendo sofrido transformações no século III, e sendo habitado até finais do século V. Em nossos dias encontra-se em processo de estudo e musealização.

Esta casa é considerada o exemplo mais elucidativo da arquitectura urbana privada de "Bracara Augusta". Situada nas proximidades do "forum", a casa foi construída na época Flávia (69-96), tendo sido remodelada na primeira metade do século II e em finais do século III ou inícios do IV, supondo-se que tenha sido abandonada no século V.

Na primeira metade do século II o quadrante noroeste da casa foi remodelado para instalação de um balneário, com uma área de 190 metros quadrados.

Características

Esta habitação ocupava a totalidade de um quarteirão da cidade, com uma área de 1.156 metros quadrados, dispondo-se em duas plataformas que definiam dois espaços funcionais distintos, com entradas autónomas, a sul e a norte, respectivamente.

A entrada sul dava acesso a um átrio, com um tanque ("implúvio"), que recebia a água da chuva a partir de uma abertura no telhado ("complúvio"). Em torno deste átrio organizavam-se vários espaços de recepção. Uma escada interior permitia descer ao peristilo, ao redor do qual se dispunham os espaços mais privados da habitação, designadamente, as salas de recepção e de refeição, os quartos, a cozinha e a latrina.

Ao longo das fachadas sul e oeste da casa existiam lojas que eram acessíveis a partir dos pórticos que ladeavam as ruas e que serviam de eixos de circulação pedonal.

No revestimento dos pavimentos e paredes deverão ter sido usados mosaicos e pinturas murais, ainda que os mesmos não se tenham conservado dada a natureza ácida do solo no local.

Musealização

Em 10 de Dezembro de 2018, a Câmara de Braga e a Universidade do Minho decidiram desenvolver um projeto de valorização e musealização do conjunto arqueológico das Carvalheiras, com vista a tornar o local visitável pelo público[2].

A primeira fase, que foi desenvolvida durante 2019, inclui a conceção da "solução arquitetónica de musealização das ruínas e dos circuitos de visita, das soluções de conservação e cobertura dos vestígios, da solução arquitetónica do centro de interpretação e da sua articulação com a área a visitar e do tratamento da envolvente, que implica uma solução de arranjo paisagístico do interior do quarteirão das Carvalheiras".

A segunda fase, que diz respeito à execução do projeto, seria desenvolvida a partir de 2020.

O projeto pretende ainda criar as condições para dotar o interior do quarteirão das Carvalheiras de um parque urbano, aberto à cidade e aos visitantes, anexo às ruínas, que facultará um usufruto qualificado do espaço pelos cidadãos e o desenvolvimento de atividades culturais e de lazer.

Entre 1983 e 2000 a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho realizou trabalhos no local que permitiram descobrir um "significativo e diversificado conjunto de estruturas arqueológicas, correspondentes a uma área residencial da cidade romana de Bracara Augusta".

A Zona Arqueológica é composta por um extensa área de ruínas (cerca de 1900 metros quadrados), que definem um quarteirão residencial da cidade de Bracara Augusta.

O projeto, que estava previsto estar concretizado até 2021 vai permitir aos bracarenses e visitantes um maior conhecimento da história da cidade através de uma experiência interativa, alicerçada nas media arts.

Para além da componente arqueológica, o projeto prevê a criação de um parque urbano anexo às ruínas, que facultará um usufruto qualificado do espaço pelos cidadãos e o desenvolvimento de atividades culturais e de lazer[3].

Estava prevista a Ínsula entrar em obras na primavera de 2021. O projeto de musealização e visitação das ruínas foi realizado por projetistas espanhóis, de Tarragona, Ricardo Mar e Alejandro Beltrán-Caballero, com reputada experiência na relação com a arqueologia e na musealização de vestígios romanos.

O acesso à ruína será feito através da Rua Cruz de Pedra.

Em 10 de julho de 2023, a Câmara Municipal de Braga aprovou por unanimidade o lançamento do concurso público com vista à musealização das ruínas arqueológicas da Ínsula das Carvalheiras e criação do Centro de Interpretação e área envolvente.

Depois de mais de 20 anos de investigação, a parceria entre o Município de Braga e a Universidade do Minho concluiu o projeto que levará à valorização, musealização e à adequação à visita daquele conjunto arqueológico. A obra terá um prazo de execução de 18 meses, representando um investimento de 3,3 milhões de euros.[4]

Em 5 de fevereiro de 2024 Câmara de Braga aprovou a adjudicação, por 3,8 milhões de euros, à construtora ABB – Alexandre Barbosa Borges, S.A, da empreitada de musealização das ruínas arqueológicas da Ínsula das Carvalheiras e criação de um centro de interpretação e um parque urbano. A obra terá de ficar pronta num prazo de 18 meses.[5]

Ver também

Referências

  1. a b Ficha na base de dados SIPA/DGPC
  2. «Câmara e UMInho vão tornar visitável conjunto arqueológico das Carvalheiras» 
  3. «Musealização da Ínsula das Carvalheiras vai possibilitar viagem pela história de Braga» 
  4. «Município de Braga lança concurso público para musealização da Ínsula das Carvalheiras» 
  5. «Braga: Transformação de ruínas romanas em museu adjudicada à ABB por 3,8 milhões» 
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Ligações externas


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