Salonina Matídia

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Salonia Matídia
Augusta
Salonina Matídia
Busto de Matídia no Palazzo Altemps, em Roma.
Nascimento 4 de julho de 68
Morte 23 de dezembro de 119 (51 anos)
Cônjuge Lúcio Víbio Sabino
Lúcio Míndio
Libão Rupílio Frúgio
Descendência Víbia Sabina
Matídia Menor
Rupília Faustina
Dinastia Nerva-trajana
Pai Caio Salônio Matídio Patruino
Mãe Úlpia Marciana

Salonia Matídia (4 de julho de 68 – 23 de dezembro de 119), conhecida também como Matídia Maior ou Matídia, a Velha, foi uma nobre romana, filha única de Úlpia Marciana e do pretor Caio Salônio Matídio Patruino. Seu tio materno era o imperador romano Trajano que, não tendo filhos, tratava-a como filha. Patruino morreu em 78 e Matídia e a mãe foram viver com Trajano e sua esposa, Pompeia Plotina.

História

Denário mostrando Matídia Augusta como a deusa Pietas e segurando as mãos de suas filhas Sabina e Matídia Menor.

Entre 81 e 82, Matídia se casou com o cônsul sufecto e ex-procônsul Lúcio Víbio Sabino, que morreu dois anos depois. Matídia deu-lhe uma filha chamada Víbia Sabina, que se casou com o futuro imperador Adriano, filho adotivo de Trajano.

Em 84, Matídia se casou novamente com um aristocrata romano chamado Lúcio Míndio e teve com ele uma filha chamada Míndia Matídia, conhecida geralmente como Matídia Menor. Lúcio morreu no ano posterior ao casamento.

Matídia finalmente se casou com o cônsul sufecto de 88, Libão Rupílio Frúgio e teve com ele uma filha chamada Rupília Faustina.[1] Faustina se casou depois com o senador romano Marco Ânio Vero e teve uma filha e dois filhos. Através dos filhos, ela seria a avó do imperador Marco Aurélio e de sua esposa, Faustina, a Jovem.

Matídia geralmente viajava com o tio e ajudava-o em sua decisões. Como a mãe, ela recebeu homenagens e honrarias por todo império em inscrições e monumentos. Em 29 de agosto de 112, ela recebeu o título de augusta.

Após a morte de Trajano, em 117, Matídia e Plotina trouxeram as cinzas do imperador de volta à capital.[2] Salonia faleceu em 23 de dezembro de 119 d.c, e o imperador Adriano fez a oração funerária, deificou-a e dedicou-lhe um templo e um altar em Roma.[3]

Árvore genealógica

  • v
  • d
  • e
Árvore genealógica da Dinastia nerva-antonina
Q. Márcio Bareia SoranoQ. Márcio Bareia SuraAntônia FurnilaM. Coceio NervaSérgia PlaucilaP. Élio Adriano
Tito
(r. 79–81)
Márcia FurnilaMárciaTrajano paiNerva
(r. 96–98)
Úlpia[i]Élio Adriano Marulino
Júlia Flávia[ii]Marciana[iii]C. Salônio Matídio[iv]Trajano
(r. 98–117)
PlotinaP. Acílio AcianoP. Élio Afer[v]Paulina Maior[vi]
Lúcio Míndio
(2)
Libão Rupílio Frúgio
(3)
Matídia[vii]L. Víbio Sabino
(1)[viii]
Paulina Menor[vi]L. Júlio Urso Serviano[ix]
Matídia Menor[vii]Suetônio?[x]Sabina[iii]Adriano
[v][xi][vi] (r. 117–138)
Antínoo[xii]
Júlia Balbila?[xiii]C. Fusco Salinador IJúlia Serviana Paulina
M. Ânio Vero[xiv]Rupília Faustina[xv]Boiônia PrócilaCn. Árrio Antonino
L. Ceiônio CômodoÁpia SeveraL. Fusco Salinador
L. Cesênio PetoÁrria AntoninaÁrria Fadila[xvi]T. Aurélio Fulvo
L. Cesênio AntoninoL. Ceiônio CômodoFundânia Pláuciaignota[xvii]C. Avídio Nigrino
M. Ânio Vero[xv]Domícia Lucila[xviii]Fundânia[xix]M. Ânio Libão[xv]FAUSTINA[xvi]Antonino Pio
(r. 138–161)[xvi]
L. Élio César[xvii]Avídia Pláucia[xvii]
Cornifícia[xv]MARCO AURÉLIO
(r. 161–180)[xx]
FAUSTINA Menor[xx]C. Avídio Cássio[xxi]Aurélia Fadila[xvi]LÚCIO VERO
(r. 161–169)[xvii]
(1)
Ceiônia Fábia[xvii]Pláucio Quintílio[xxii]Q. Servílio PudenteCeiônia Pláucia[xvii]
Cornifícia Menor[xxiii]M. Petrônio SuraCÔMODO
(r. 177–192)[xx]
Fadila[xxiii]M. Ânio Vero César[xx]Ti. Cláudio Pompeiano
(2)
Lucila[xx]M. Pláucio Quintílio[xvii]Júnio Licínio BalboServília Ceiônia
Petrônio AntoninoL. Aurélio Agáclito
(2)
Aurélia Sabina[xxiii]L. Antíscio Burro
(1)
Pláucio QuintílioPláucia ServíliaC. Fúrio Sabino TimesiteuAntônia GordianaJúnio Licínio Balbo?
Fúria Sabina TranquilinaGORDIANO III
(r. 238–244)
  • (1) = 1ª esposa
  • (2) = 2ª esposa
  • (3) = 3ª esposa
  •   Vinho escuro indica um imperador da Dinastia nerva-antonina

      Vinho claro indica um herdeiro aparente da mesma dinastia que não chegou a assumir o trono

      Cinza indica um aspirante fracassado ao trono

      Roxo indica um imperador de outras dinastias
  • Linhas tracejadas indicam uma adoção; linhas pontilhadas indicam casos amorosos ou relações fora do casamento
  • Minúsculas = pessoas deificadas postumamente (augustos, augustas ou outras)
Notas:

Exceto se explicitado de outra forma, as notas abaixo indicam que o parentesco de um indivíduo em particular é exatamente o que foi indicado na árvore genealógica acima.

  1. Irmã do pai de Trajano: Giacosa (1977), p. 7.
  2. Giacosa (1977), p. 8.
  3. a b Levick (2014), p. 161.
  4. Marido de Úlpia Marciana: Levick (2014), p. 161.
  5. a b Giacosa (1977), p. 7.
  6. a b c DIR contributor (Herbert W. Benario, 2000), "Adriano".
  7. a b Giacosa (1977), p. 9.
  8. Marido de Salonina Matídia: Levick (2014), p. 161.
  9. Smith (1870), "Júlio Servianus".
  10. Suetônio seria um possível amante de Sabina: uma possível interpretação de HA, Adriano 11:3
  11. Smith (1870), "Adriano", pp. 319–322.[ligação inativa]
  12. Amante de Adriano: Lambert (1984), p. 99 e passim; deificação: Lamber (1984), pp. 2-5, etc.
  13. Júlia Bálbila seria uma possível amante de Sabina: A. R. Birley (1997), Adriano, the Restless imperador, p. 251, citado em Levick (2014), p. 30, que é cético em relação a esta hipótese.
  14. Marido de Rupília Faustina: Levick (2014), p. 163.
  15. a b c d Levick (2014), p. 163.
  16. a b c d Levick (2014), p. 162.
  17. a b c d e f g Levick (2014), p. 164.
  18. Esposa de M. Ânio Vero: Giacosa (1977), p. 10.
  19. Esposa de M. Ânio Libão: Levick (2014), p. 163.
  20. a b c d e Giacosa (1977), p. 10.
  21. Pseudo-Dião Cássio (72.22) conta que Faustina, a Velha, prometeu se casar com Avídio Cássio, uma história que também aparece na HA "Marco Aurélio" 24.
  22. Marido de Ceiônia Fábia: Levick (2014), p. 164.
  23. a b c Levick (2014), p. 117.
Referências:
  • DIR contributors (2000). «De Imperatoribus Romanis: An Online Encyclopedia of Roman Rulers and Their Families». Consultado em 14 de abril de 2015 
  • Giacosa, Giorgio (1977). Women of the Césars: Their Lives and Portraits on Coins. Translated by R. Ross Holloway. Milan: Edizioni Arte e Moneta. ISBN 0-8390-0193-2 
  • Lambert, Royston (1984). Beloved and God: The Story of Adriano and Antinous. New York: Viking. ISBN 0-670-15708-2 
  • Levick, Barbara (2014). Faustina I and II: Imperial Women of the Golden Age. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-537941-9 
  • William Smith, ed. (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. [S.l.: s.n.] 

Referências

  1. «Matídia, a Velha» (em inglês). Livius.org. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  2. Este artigo contém texto de autoria de John Murray do artigo "Matidia" do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).
  3. Platner, Samuel Ball (1929). Thomas Ashby, ed. A Topographical Dictionary of Ancient Rome. Ara Matidiae" & "Templum Matidiae" (em inglês). London: Oxford University Press. Consultado em 11 de agosto de 2013 
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